Rascunho.



Quero as vezes sumir.
Não precisar pensar.
Não mais ter medo de agir.
Por um momento quero esquecer.
Quero me fazer sentir.
Conseguir enfim sorrir.
Quero por alguns instantes lembrar.
Quero te sentir.
Quero só estar.
Sem medo quero seguir.
Um rascunhos criar.
E a limpo uma poesia surgir.
Quero agora te abraçar.
Sempre te beijar
Eternamente te amar.

Anestesia.


Como numa canção de fundo em um filme de terror. - Silêncio!
Um dia você acorda e se depara com sua imagem em frente ao espelho que não encara há algum tempo e percebe que aquela pessoa nunca saiu dali.
Um dia você achou que tinha morrido, que estava num universo diferente onde as pessoas já não se importavam. Um dia você descobriu como é não sentir nada. Um certo dia, uma lágrima escorreu de seus olhos e essa mesma lágrima secou em meio a sua face. Você permaneceu por muito tempo neste dia. Foi o dia mais longo da sua vida.
Mas a noite sempre chega. E com ela você foi dormir. Abraçada pela suavidade e aconchego que é o silêncio. Você desejou não mais acordar, pois estava se sentido seguro.
Mas o dia também chega. O sol nasce. E você teve que abrir os olhos. Teve que se tocar e sentir que teu corpo ainda está quente. É quando você se levanta, ainda meio atordoado, mas decide se levantar. E volta a se deparar com sua imagem em frente ao espelho. E percebe que aquela pessoa não morreu e essa mesma pessoa ainda pode sorrir. Um certo sorriso tímido. E você decide seguir em frente pois não tem mais nada a perder.
Sofrer não tira suas dores e nem a torna uma pessoa melhor. Nem tudo na vida é passageiro, mas os sentimentos anestesiam, a dor diminui com o tempo até só restar a lembrança.

Ninguém.

Para que falar.

Para que sentir, sorrir ou amar?

Ninguém se importa.

Ninguém demonstra se importar.

Quando o coração parar de bater.

Quando os olhos fecharem.

Fazendo a última lágrima escorrer.

Ninguém vai se lembrar.

Quando o último suspiro for dado.

No último instante irão desejar.

Desejar falar, sentir, sorrir e amar.

Reflexões de uma noite


De que adianta deitar e não querer dormir, virar de um lado para o outro. Cada vez que fecho os olhos em vez de sonhar me pego pensando mais e mais.
Um mundo novo se faz em minha mente posso até voar se quiser, mas estou acordada, sei que não é possível, então volto à realidade, volto ao meu quarto escuro, que escuro permanece. Escuro e sem vida, escuro e com uma vida, a minha vida. Que não vivo plenamente, mas vivo.
Faço coisas que eu gosto, mas não tudo o que eu gosto. Ninguém faz tudo o que gosta. Sempre temos que abandonar algo ou alguém ou várias pessoas. Eu abandonei, mas não por completo, não da pra abandonar alguém completamente, sobram sempre lembranças do nosso passado, pessoas que se foram, mas que permanecem em nosso pensamento em nosso coração.
Coração este que às vezes têm vontade própria e nos ridiculariza para nosso pensamento. Pensamento este que nos da à capacidade de julgar nossos atos, mas que sem querer – ou por querer mesmo – julgamos atos de pessoas alheias.
E cansada de pensar me levanto e tento refazer minha vida para ver onde e o que vou mudar. Não, nada, nada aqui também. Em tão pouco tempo de vida já vivi o bastante. Bastantes amores, amizades, bastantes paixões insignificantes e algumas decepções enlouquecentes. Mas se me perguntar o que faço de emocionante fico muda, muda como um disco, um disco que tem conteúdo, mas não tem como mostrá-lo sozinho.
E me pego a escrever, sim, o meu maior prazer, já que não tenho com quem conversar, o papel é meu mais fiel amigo, ele sabe guardar segredos se for bem guardado, ele sabe espalhar boatos se for bem divulgado e ele sabe apagar memórias se for bem rasgado. Ficaria a noite falando de meu amigo, mas preciso continuar. Não sei onde vou chegar, mas no mesmo lugar não quero ficar. Não sei o que vou encontrar, mas caminhando eu irei descobrir e talvez, me maravilhar.
Retorno ao meu primeiro pensamento, não, não consigo me lembrar, é tanta coisa que passa em mente, que não tem como recordar, não escrevo tão rápido a ponto de anotar as coisas que vem e vão, não tem como parar. Se um dia eu parar, creio eu que não vou gostar, minha ideias não vão se renovar, eu não vou imaginar, não mais vou me maravilhar e tristemente não mais vou criar.

Morte Súbita


E ela percebe que o mundo não é perfeito.
Nos melhores de seus sonhos.
Nada de bom acontecia.
E mais um dia, ela não dormia.
E nada mais desde aquele momento, sentiria.
Algum dia ela soube que nada é pra sempre.
Neste dia ela desistiu.
Acabou com a esperança.
Destruiu pra sempre a confiança.
Foi quando ela adormeceu.
Seu coração não mais bateu.
Foi quando o sentimento se rompeu.
Num instante o mundo parou.
De seus olhos uma lágrima escorreu.
Um abraço ela reconheceu.
Um ser amado que ela deixou.
E num piscar de olhos. Ela morreu.